Segurança nas inspeções da PDA – Parte 2*

Segurança nas inspeções da PDA – Parte 2*

Inspeção no SPDA: muitos componentes do SPDA, principalmente em sistemas não naturais, encontram-se na parte externa das edificações, o que faz com que a etapa de inspeção seja realizada a céu aberto.

A ABNT NBR 5419 destaca que inspeções, ensaios e manutenções no SPDA não podem ser realizados durante a ameaça de tempestades.

Além dos riscos adicionais presentes no ambiente, é importante tomar medidas para evitar as consequências da exposição ao Sol, como buscar locais com sombra, diminuir o tempo de exposição, hidratação frequente e uso de protetor solar.

Dentre os riscos adicionais citados, vale lembrar a possível presença de atmosferas explosivas, onde medidas adicionais devem ser tomadas durante os trabalhos.

Inspeção no SPDA, subsistemas de captação e descida: por serem geralmente instalados em locais altos ou de difícil acesso é uma das etapas com riscos mais elevados, onde um acidente pode ser fatal.

A Norma Regulamentadora N° 35 afirma que no planejamento da atividade devem ser adotadas medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execução. Para a parte da inspeção visual, é possível remover este risco com a utilização de drones.

Vale lembrar que o drone apresenta outros riscos para o trabalho, mas que podem ser reduzidos a níveis toleráveis com adoção de medidas administrativas.

Inspeção no SPDA, subsistema de aterramento: novamente uma etapa com baixos riscos envolvidos, mas que necessita de uma atenção especial aos riscos ocultos, as caixas de inspeção muitas vezes servem de moradia para animais peçonhentos, que podem atacar principalmente no momento da abertura.

Eventuais medições em cada subsistema: durante as medições temos a presença de riscos mecânicos ao manusear ferramentas para abrir conexões, transporte de equipamentos, entre outros. Neste momento os riscos não são elevados e alguns EPIs podem trazer grandes benefícios como: luvas de proteção mecânica, óculos de segurança, sapatos de proteção e, dependendo da medição, capacete de segurança.

Para uma medição no subsistema de captação, por exemplo, pode-se definir um local onde o acesso possui medidas que eliminam o risco de queda do trabalhador, como guarda corpo instalado na edificação. Quando o risco de quedas não puder ser eliminado, devem-se adotar medidas que minimizem as consequências da queda. Lembrando que de nada adianta utilizar um EPI contra quedas se não existe um ponto de ancoragem confiável.

Para medições no subsistema de aterramento é importante atentar-se à possível presença de energia elétrica em algum ponto, que pode ocorrer devido a alguma falha na instalação; uma verificação com multímetro pode ser suficiente para sanar este risco.

Inspeção nas MPS: boa parte das MPS estão instaladas em quadros elétricos e até energizadas. Primeiro de tudo deve-se avaliar a possibilidade de realização do trabalho desenergizado. Caso não seja possível, utilizar outras medidas de proteção coletiva, e em último caso admitir o risco.

Antes de se aproximar de uma zona controlada é necessário conhecer a energia incidente do local para que a proteção seja efetiva em caso de acidente. Por exemplo, caso seja necessário abrir um quadro elétrico com energia incidente de 7,0 cal/cm², deve se utilizar, no mínimo, vestimenta de proteção categoria 2, que neste caso consistiria em proteção da cabeça, tronco e membros superiores e inferiores.

Elaboração da documentação: assim como na análise da documentação, pode parecer isenta de riscos, mas as condições ergonômicas devem ser avaliadas.

Para concluir, toda atividade deve ser planejada com antecedência e os riscos envolvidos estudados a fundo. A antecipação dos riscos é fundamental para garantir a segurança, principalmente na inspeção da PDA pois cada edificação possui características específicas.

Autor:

Por Jobson Modena, engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia.

*Este artigo é assinado por Luiz Claudio Ferraro, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho. Possui experiência em projetos, inspeções, consultoria e treinamentos.

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Fonte: www.osetoreletrico.com.br